Falar de Luiz Gonzaga é falar de um povo, diz Maciel Melo no dia em que se comemora 30 anos da partida do Rei

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Se o “caba” é negro, pobre e nordestino, condená-lo ao anonimato é mais regra do que exceção. A não ser que esse mesmo “caba, negro, pobre, nordestino e arteiro” saia mundo afora vestido de cangaceiro, carregando uma sanfona para poetizar o Nordeste e exaltar o Sertão. Um contrassenso para quem sonhava em “(…) dormir ao som do chocalho e acordar com a passarada”, porque, apesar de viajante, Luiz Gonzaga se envaidecia em viver sua terra e encantar sua gente.“Ele foi um político na música”, brada a cantora e compositora Cristina Amaral. “Falar de Luiz Gonzaga é falar de uma nação, de um povo, da sua cultura”, reforça o poeta e cantador pernambucano Maciel Melo.

Há exatamente três décadas, o maior símbolo da música pernambucana e nordestina fez sua passagem. Na contramão do luto, esta sexta-feira de celebração. Porque à perda do Rei do Baião – e do xote, e do xaxado, e do arrasta-pé e dos tempos do ‘dois pra lá, dois pra cá’ – ficaram referências do filho de “Seu Januário” e de “Mãe Santana”, nascido numa sexta-feira de dezembro de 1912 em Exu, Sertão do Araripe.