Pesquisa nacional da Consultoria Atlas, divulgada nessa segunda-feira (10), mostra que, mesmo em meio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recuperou parte da popularidade perdida nos meses anteriores.
No levantamento feito entre os dias 6 e 9 de maio, o percentual dos que avaliam o governo Bolsonaro como ótimo ou bom subiu de 25% para 31% na comparação com março. Já o grupo de quem o avalia como ruim ou péssimo recuou de 57% para 53%. Outros 15% classificam como regular.
Andrei Roman, CEO do Atlas, apontou que a melhora de Bolsonaro tem relação com a volta do pagamento do auxílio emergencial, a partir de abril, apesar de ter valores mais baixos do que os do benefício pago em 2020. Segundo Roman, há ainda “um alívio relativo em relação a situação da pandemia no país”, destaca.
“A pesquisa anterior, de março, foi feita no ponto de maior estresse”, pondera o CEO. Março e abril foram os meses mais letais da pandemia até agora no Brasil. A média de mortes caiu nas últimas semanas, mas especialistas apontam que ainda é cedo para qualquer comemoração e alertam para risco de uma nova onda de contágios com os encontros do Dia das Mães neste fim de semana.
O Atlas também pergunta aos entrevistados se aprovam ou desaprovam o desempenho do presidente, questão sem o oferecimento da alternativa intermediária equivalente ao regular. A aprovação avançou de 35% para 40% desde março. A desaprovação caiu de 60% para 57%. Nesta rodada, o Atlas colheu 3.828 respostas de eleitores em todo o país por meio de um questionário online aplicado via convites randomizados. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Bolsonaro e Lula
Sobre a eleição de 2022, a pesquisa mostra uma tendência de intensificação da polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Tecnicamente empatados na liderança da simulação de primeiro turno, a dupla ampliou a vantagem que já tinha sobre os demais possíveis concorrentes.
Bolsonaro aparece numericamente à frente com 37% das intenções de voto. Lula vem em seguida com 33,2%. Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, trata-se de uma situação de empate técnico. Na pesquisa anterior, em março, Bolsonaro e Lula já lideravam. Mas ambos tinham taxas menores que as atuais: 32,7% e 27,4%, respectivamente.
Com Bolsonaro e Lula crescendo, a distância da dupla para o terceiro colocado aumentou. Em março, a terceira posição era ocupada pelo ex-juiz Sergio Moro (sem partido), que detinha 9,7%. Agora, o terceiro passa a ser o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT), com 5,7%. Moro marca 4,9% na nova simulação.
A pesquisa mostra, na sequência, a seguinte ordem da intenções de voto: Luiz Henrique Mandetta (DEM), 3,4%; Luciano Hock (sem partido), 2,1%; Danilo Gentili (sem partido), 2%; João Doria (PSDB), 1,8%; João Amoêdo (Novo), 1,5%; e Marina Silva (Rede), 1,3%.
Outros quatro nomes somam 2,6%. Não souberam responder ou sinalizaram intenção de votar em branco ou nulo 4,5%.
Na simulação de segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista vence o atual presidente por 45,7% a 41%. Com vantagem pequena, dentro da margem de erro, outros dois nomes marcam mais que Bolsonaro em simulações de embate final: Mandetta (42,4% a 40,5%) e Ciro Gomes (41,9% a 40,9%), mas seguem em empate na margem de erro.