Pastores suspeitos de corrupção no MEC visitaram Planalto 35 vezes sob Bolsonaro

Autoridades aparecem de pé à frente de dezenas de pessoas em um auditório. Eles são na maioria homens, de ternos escuros, há uma mulher à esquerda de rosa

Os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, apontados como pivôs do escândalo do balcão de negócios do Ministério da Educação, estiveram 35 vezes no Palácio do Planalto desde o começo do governo.

Moura esteve 35 vezes no local, sendo 10 acompanhado de Santos.

O último registro é de 16 de fevereiro deste ano, pouco mais de um mês antes de ser divulgado o áudio no qual o então ministro Milton Ribeiro afirma privilegiar os repasses para municípios indicados pelo pastor Gilmar Santos, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O documento divulgado pelo Gabinete de Segurança Institucional nesta quinta-feira (14), um dia após se recusar a divulgar as informações, diz que os pastores estiveram duas vezes no gabinete adjunto de agenda do gabinete da Presidência da República —local onde, normalmente, se vai para solicitar um horário com o presidente.

Os dois encontros foram registrados pela agenda oficial do Planalto. Em 25 de abril de 2019, com pouco menos de cinco meses de governo, Moura e Santos rezaram e tiraram fotos com Jair Bolsonaro.

“Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, durante encontro com Pastor Gilmar dos Santos, Presidente da Igreja Assembleia de Deus de Missão de Todos os Santos; Pastor Airton Moura Correia, Igreja Assembleia de Deus de Missão de Todos os Santos”, registrou o Planalto.