Autor do gol mais rápido da história do Brasileirão é homenageado no interior de Pernambuco

Arquivo Pessoal

18 de outubro de 1989, foi nessa data, que o atacante Nivaldo não perdeu tempo. Ele só precisou de 8 segundos de jogo para estufar as redes do Atlético-MG e entrar para a história do futebol brasileiro. “Acho que tem gente que nem consegue beber um copo de água nesse tempo tão curto”, brinca Nivaldo Soares, hoje com 54 anos, em entrevista.

Mas um fato histórico não se pode deixar passar em branco. Principalmente por se tratar de um ex-atleta simples, humilde e que no seu peito bate um amor pelo Náutico. Há um ano desempregado, depois que foi demitido do cargo na prefeitura de Catende, agreste de Pernambuco, Nivaldo viveu um final de semana de muita alegria numa cidade próxima, Altinho. A Confraria Timbaltinho o homenageou pelos 32 anos do seu gol histórico. Com direito a carreata na cidade, placa comemorativa, entregue pela confraria e o vice-presidente do Náutico, Diógenes Braga, e um amistoso vencido pelo Master do Náutico sobre o Master da Confraria, por 5×3. “Joguei pelos dois times, mas não quis fazer gol. A festa foi maravilhosa. Muito feliz por tudo que vivi”, disse ainda sob o calor da emoção, como se estivesse vivendo aquilo tudo eternamente.

Nivaldo está longe do futebol, mas não é esquecido pelo seu feito. Todo ano recebe ligações de amigos torcedores e também da sua época do Náutico, clube que defendeu entre os anos de 88 a 92. “Fui jogador e torcedor. E hoje sou apenas torcedor do clube. Toda minha é alvirrubra”. O gol está eternizado. Ninguém até hoje conseguiu a proeza de abrir o placar de uma forma tão rápida.

E o Youtube está aí para não deixá-lo mentir: assim que o árbitro apita o início do jogo, Augusto dá as costas para o seu marcador, com se fosse caminhar para o seu campo de defesa. Ele gira o corpo, driblando o marcador e segue em velocidade para o ataque. Nivaldo, que jogava como ponta direita, acompanhava a jogada, fechando os espaços, esperando a bola chegar aos seus pés. Quando chegou, ele não teve dúvidas… mandou a sapatada, à direita do goleiro. O placar final foi 3×2 para o Náutico, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Mas o que mais se falava era a velocidade daquele gol. “Só vim saber da importância do gol, no vestiário, quando a imprensa veio falar comigo”, relembra.