Em 20 dias, Pernambuco registra quatro vítimas de violência transfóbica

Transfobia e a violência institucional no sistema de saúde – Agência  CentralSul de Notícias

Em menos de um mês, Pernambuco registrou quatro assassinatos de pessoas transexuais. Fabiana da Silva Lucas, de 30 anos, foi morta a golpes de faca no agreste pernambucano na madrugada da última quarta-feira (7), e Roberta Silva morreu na manhã da sexta-feira (9), depois de ter 40% do corpo lesionado com queimaduras de terceiro grau.

Segundo a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), o Brasil registrou 80 homicídios de pessoas trans somente no primeiro semestre deste ano. O país, segundo a entidade, é o que mais mata transexuais no mundo.

Casos – No dia 18 de junho, Kalyndra Selva foi encontrada morta com sinais de asfixia. O companheiro dela é o principal suspeito pelo crime.

Poucos dias depois, em 24 de junho, Roberta Silva foi atacada no centro da cidade. Um adolescente de 16 anos ateou fogo nela, que estava em situação de rua. Ela ficou 15 dias internada no Hospital da Restauração intubada e em estado grave. Às 9h desta sexta, segundo a unidade de saúde, a paciente não resistiu às falências respiratória e renal.

No último domingo (4), a cabeleireira Crismilly Pérola levou um tiro no pescoço e não resistiu. Ela só foi encontrada no dia seguinte, às margens do rio Capibaribe, no Recife.

Fabiana, vítima do crime mais recente, estava em um bar da cidade de Santa Cruz do Capibaribe, no interior do estado, e foi atacada quando foi ao banheiro. Segundo a Polícia Civil, ela foi seguida por um homem conhecido como Gaúcho. Foram vários golpes de faca. Fabiana morreu ainda no local. O corpo foi achado parcialmente despido e próximo a alguns preservativos.

Ainda de acordo com a polícia, o suspeito do crime foi impedido de fugir pela população, que o espancou. Ele precisou ser socorrido e se encontra em custódia em uma unidade de saúde.