Igreja Católica diz que violência policial no Recife lembrou ”ditadura”

O que acabou com o caráter pacífico da manifestação foi a PM abrindo fogo',  diz advogado ferido com quatro balas de borracha em ato contra Bolsonaro no  Recife | Pernambuco | G1

Os atos de repressão policial registrados na manhã do último sábado (29), nas ruas do Centro do Recife, foram repudiados pela Arquidiocese de Olinda e Recife. Em nota, divulgada nesta segunda-feira (31), a entidade religiosa destacou que a manifestação seguia de maneira ‘pacífica e ordenada, respeitando todos os protocolos de prevenção contra a covid-19’. Para a Arquidiocese, as cenas presenciadas relembraram a repressão vivenciada durante a Ditadura Militar.

“O ataque com bombas e balas de borracha que causaram feridos, inclusive com perda de visão de pessoas que nem mesmo participavam da manifestação e a agressão à vereadora Liana Cirne, que tentava o diálogo com os policiais, fez reaparecer uma página triste da história de Pernambuco, vivida na ditadura”, afirmou o texto.

Cobrando uma apuração rigorosa dos fatos e punição dos responsáveis, a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese falou que a sociedade não pode admitir que “pessoas violentas e ideologicamente comprometidas com o desmonte do estado democrático de direito, saiam às ruas com o poder de armas demonstrado nessa ação insana”. A nota ainda lembra que os policiais que participaram do ato devem obediência ao Estado de Pernambuco e são pagos com recursos públicos.

“Cabe às autoridades responsáveis as ações necessárias para que a sociedade mantenha a confiança nas instituições que conseguimos fortalecer na luta pela redemocratização do país e que se consolidou com a Constituição Cidadã de 1988”, finaliza.