Lava Jato ‘ajudou a eleger o Bozo’ e é preciso se desvincular dele, diz procuradora a Dallagnol em diálogos

Estudo da FGV aponta impacto de pronunciamentos de Bolsonaro no  compartilhamento de mensagens sobre governadores e remédio experimental |  Política | G1

Os procuradores da Operação Lava Jato discutiram, em março de 2019, uma forma de se desvincular de Jair Bolsonaro para que os jornalistas voltassem a dar credibilidade à operação.

As conversas foram entregues nesta segunda (29) ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela defesa de Lula. Os advogados foram autorizados pela Corte a ter acesso ao material da Operação Spoofing, que investiga o hackeamento dos diálogos.

“Delta, sobre a reaproximação com os jornalistas, minha opinião é de que precisamos nos desvincular do Bozo [Jair Bolsonaro], só assim os jornalistas vão novamente ver a credibilidade e apoiar a LJ “, diz a procuradora Jerusa Viecili a Deltan Dallagnol no dia 28 de março de 2019. A grafia foi mantida na forma original das mensagens.

Jerusa segue: “Temos que entender que a FT [Força Tarefa] ajudou a eleger Bozo, e que, se ele atropelar a democracia, a LJ será lembrada como apoiadora. eu, pessoalmente, me preocupo muito com isso (vc sabe)”.

A procuradora diz ainda que os integrantes da Lava Jato já tiveram a oportunidade de desvincular a imagem do presidente, mas que elas foram perdidas. E afirma que eles teriam feito cobranças mais “fortes” no “caso Fávio”, se referindo ao filho do presidente, “se fosse qualquer outro político”.

Na época, o ex-juiz Sergio Moro era ministro da Justiça de Bolsonaro.