Polícia Civil de Pernambuco afasta delegado que disse em festa ‘porra de Covid. É curtir a vida’

Polícia Civil afasta delegado que disse em festa 'porra de Covid. É curtir  a vida', veja vídeo | Pernambuco | G1

Em um dia em que Pernambuco bateu novo recorde de casos de Covid, um delegado da Polícia Civil foi afastado das funções, após ser flagrado em um vídeo em que trata com desprezo a pandemia. ‘Covid um ca**lho. Porra de Covid. É curtir a vida”, declarou Gilmar Rodrigues, durante uma farra ocorrida em um bar.

O afastamento do policial foi informado pela Secretaria de Defesa Social (SDS) e pela Polícia Civil, nesta quarta (17), depois que o governo pernambucano tomou conhecimento do vídeo.

Nas imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo é possível acompanhar a farra da qual participam o delegado e várias pessoas. O encontro, como próprio policial informou, ocorreu em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco.

No vídeo, o delegado estava usando a camiseta da corporação e sem máscara. Os envolvidos que foram filmados na farra também apareceram sem a proteção. No chão do bar, havia garrafas de cerveja.

Em um dos momentos, o policial olhou para a câmera e exibiu uma lata de Pitú, tradicional aguardente produzida na cidade e comentou a farra.

“O negócio aqui tá bom”, afirmou, no início do vídeo, enquanto a câmera mostrava as pessoas se divertindo no bar. “Não é para ninguém fazer a sua cabeça. Não”, acrescentou.

Enquanto homens passam sorrindo, o delegado disse: “Vem para cá para Vitória, tomar cachaça e raparigar”. Ele ainda olhou para uma mulher e repetiu a expressão “raparigar”.

Em Pernambuco, essa expressão, em tom pejorativo, tem vários significados, entre os quais farrear com mulheres, com conotação sexual. No fim do vídeo, ele ainda disse “valeu!” e ficou sorrindo para a câmera.

Notas do governoPor meio de nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que o “servidor foi afastado de suas funções” e apresentado à Diretoria de Recursos Humanos da Corporação, “sem prejuízo de outras medidas administrativas que sejam necessárias”.

Também por nota, a Corregedoria Geral da SDS disse que “tomou conhecimento do vídeo em questão” e abriu investigação preliminar para apurar indícios de transgressões disciplinares na conduta de servidores que aparecem nas imagens.

“Será ainda levado em consideração o contexto de restrições e normas sanitárias a que todos estão submetidos no estado para contenção da pandemia de Covid-19.”, afirmou o comunicado.