Secretário de Saúde de São José do Egito é alvo de críticas após receber vacina contra a covid-19

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O secretário de Saúde Paulo Jucá, de São José do Egito, causou polêmica nas redes sociais após ter recebido a vacina contra a covid-19 nessa terça-feira (19), dia em que as 270 mil doses recebidas pelo governo do estado foram distribuídas aos municípios. O vice-prefeito da cidade, Eclériston Ramos, também recebeu a proteção.

Pela ainda baixa quantidade de vacinas em todo o Brasil, o grupo com prioridade para imunização foi dividido em subgrupos. Assim, os alvos deste primeiro lote são profissionais de saúde que trabalhem diretamente com pacientes de coronavírus, idosos e pessoas com deficiência que morem em instituições de longa permanência e indígenas que residem em aldeias.

Paulo Jucá recebeu o imunizante, e o momento foi registrado em uma foto. Apesar disso, ele é odontólogo e não pertence a nenhum grupo de risco. A assessoria disse que o secretário se pronunciaria somente através de nota. Nesta quarta-feira (20), a gestão afirmou que ele “esteve todo tempo na linha de frente de combate à covid, inclusive já foi infectado pelo vírus”.

Quando questionada qual seria a atuação de um odontólogo na “linha de frente”, a prefeitura de São José do Egito explicou que “todos os profissionais da saúde foram mobilizados para atuar na linha de frente no combate a pandemia, seja no atendimento no hospital ou nas unidades de saúde, como também em barreiras sanitárias e trabalhos de orientação nas ruas, feiras e locais de grande circulação de pessoas”.

A gestão afirma que o caso do vice-prefeito Eclériston Ramos (PSB) seria o mesmo, já que ele é médico “com atuação em São José e outras cidades da região”.

A prefeitura garantiu que “mais de 500 servidores da saúde de São José do Egito estão atuando diretamente no combate a pandemia” e que foram garantidas doses para “todos os outros profissionais da linha de frente, bem como as idosos institucionalizados”.

No entanto, se mais de 500 servidores atuam diretamente contra a covid-19 e todos foram vacinados, a conta não fecha. Isto porque cada pessoa precisa receber duas doses da vacina do Instituto Butantan, e a cidade dispôs de apenas 540 doses do imunizante, neste primeiro momento. Então, poderia distribuí-las para apenas 270 dos 33 mil habitantes. A gestão, inclusive, informou que guarda metade das doses para a reaplicação.

Por nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que “os municípios já receberam a primeira e a segunda dose para realizar suas ações nessa primeira fase”, e que “acionou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para averiguar possíveis irregularidades no processo de vacinação”. Já o MPPE diz que tenta contato com a promotoria de São José do Egito para obter informações sobre o caso.