Áureo Cisneiros é demitido da Polícia Civil pelo Governo de Pernambuco

Áureo (centro) durante entrevista na Rádio Pajeú

O Governo de Pernambuco demitiu o ex-presidente e atual diretor de Comunicação e Imprensa do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros. Segundo ato publicado no Diário Oficial desta terça-feira (5), o Estado considerou um Processo Administrativo Disciplinar aberto contra Áureo no ano de 2017 para demissão, que está respaldada no Estatuto dos Policiais Civis do Estado de Pernambuco (Lei nº 6.425/1972), que no inciso XI do seu artigo 49º considera que a pena de demissão pode ser aplicada no caso de “contumácia na prática de transgressões disciplinares, qualquer que seja a sua natureza”.

Por meio de nota, Áureo Cisneiros classificou a demissão como “arbitrária” e afirmou que ela ocorreu por conta do seu exercício da atividade sindical. “A luta por direitos trabalhistas nunca foi fácil. Mas nunca imaginei ser demitido por exercer atividade sindical. Hoje o Diário Oficial publica minha demissão por denunciar, enquanto presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco, o descaso do Governo de Pernambuco com a Polícia Civil e segurança pública de uma forma geral”, disse.

Ele foi candidato a vereador do Recife na eleição de 2020, e obteve 2.240 votos, mas não foi eleito. Em 2018, ele se candidatou a deputado estadual e conseguiu 18.914 votos.

Ainda na nota, Áureo lembra do ano de 2016, quando coordenou a greve dos policiais civis de Pernambuco “diante de um quadro caótico na segurança pública com delegacias improvisadas, viaturas sem gasolina, IMLs sucateados, coletes vencidos e salários extremamente defasados”, disse. A greve foi encerrada após acordo com o governo estadual para a restruturação do Plano de Cargos e Carreiras, aprovado posteriormente na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Os salários de fim de carreira policiais civis foi igualado ao piso dos delegados. “Fomos às ruas e conseguimos o maior aumento salarial da história e a organização de um concurso público para diminuir o déficit de policiais”, disse Áureo.

Ele vai recorrer da decisão. “Tomarei todas as providências jurídicas. O que está em jogo não é apenas a minha volta aos quadros da Polícia Civil ou desfazer uma arbitrariedade, um abuso de poder, de um governador covarde”, completou Áureo.