Polícia Federal desarticula suspeitos de aplicar golpes em beneficiários do auxílio emergencial em Belém de São Francisco

Através da operação “Ágio Emergencial”, a Polícia Federal (PF), por meio de sua representação em Salgueiro, desarticulou um possível grupo criminoso que vinha aplicando golpes em beneficiários do auxílio emergencial, em Belém do São Francisco, no Sertão de Pernambuco. A operação foi deflagrada na última sexta (4), por volta das 6h, e resultou no cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal da 20ª Vara do estado. A princípio duas pessoas foram identificadas como parte do núcleo criminoso, mas, até aqui, ninguém foi detido.

As investigações iniciais, apontam que um funcionário de 26 anos de idade de uma casa lotérica, sediada no município, estaria cobrando indevidamente 10% dos valores do auxílio emergencial com a promessa de que os beneficiários não enfrentassem filas no momento do saque do benefício, desde abril deste ano. De acordo com a PF, dentro da articulação do crime, a entrega do dinheiro cobrado era marcada para ser entregue ao funcionário fora do estabelecimento. Ainda segundo a PF, as vítimas são pessoas de baia renda e em situação de miserabilidade social.

Na organização dos delitos, as investigações indicam que o funcionário, que não teve seu nome revelado, pagava R$ 100 a um motoboy de 43 anos para que ele pudesse encontrar beneficiários interessados no saque do auxílio emergencial, coletar os cartões das vítimas, bem como suas respectivas senhas. Após o saque, o mototaxista entregava a seus proprietários a quantia restante do auxílio, depois de ter abatido o valor dos serviços ilícitos. Após ter sido descoberto pelo dono da lotérica sobre a irregularidade, o suspeito passou também a fazer os saques em agências bancárias de Salgueiro e Cabrobó, também no Sertão pernambucano.

Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Na residência do principal suspeito foram apreendidos um aparelho celular, um caderno com anotações dos saques, vários comprovantes bancários de saques do auxilio emergencial, 27 cartões de benefício do Bolsa Família e do cidadão.

Até o momento, ninguém foi detido. Segundo a Polícia Federal, os suspeitos foram intimados a comparecer na delegacia de Salgueiro, onde serão responsabilizados pelo crime de corrupção ativa. Até agora, apenas os dois indivíduos foram identificados como os articuladores do núcleo principal da quadrilha, mas as investigações continuam para saber se existem outros envolvidos.

Os suspeitos vão responder por corrupção ativa – crime configurado por funcionário contra a administração -. O delito é previsto no artigo 317 do código penal. Caso sejam condenados, poderão pegar penas de até 12 anos de reclusão. A operação recebeu o nome do Ágio Emergencial por fazer alusão a um valor adicional cobrado em operações financeiras.