Aline Mariano reclama de campanha do PSB e agora pede votos para Marília Arraes

Ao Recife

Por Aline Mariano

Nas eleições de primeiro turno em 15 de novembro passado sai das urnas com 6.530 votos ficando entre os mais votados para a Câmara de Vereadores do Recife. Por 290 votos não fui eleita para o quarto mandato no meu partido. Se existisse a verdade eleitoral nosso mandato teria sido renovado. É uma legislação esdrúxula e caduca.

Não posso jogar pedras em ninguém nem tampouco dá vazão ao discurso do choro de derrotada. Quero, entretanto, deixar patente que fiz uma campanha independente, sem padrinhos, olhando para o Recife de amanhã. Sou daquelas que entendem que a política não é a arte de realizar sonhos pessoais, mas de construir sonhos coletivos.

Inteligência política é a capacidade de dialogar, compreender, resolver e se antecipar. Estive ao lado das forças que governam o Recife pela compreensão daquilo que seria melhor para a cidade. Secretária de Combate às Drogas, cumpri o meu papel, assim como no exercício da liderança do Governo na Câmara. Fiz alguns bons amigos no atual governo, mas de uns tempos para cá a gestão tomou outros rumos, enveredou por um caminho discutível do ponto de vista da ética e da moralidade, inaceitáveis para os meus princípios.

Não existe política sem líder. Liderança não está nas palavras e sim nas atitudes. Muitas vezes as palavras podem expressar sabedoria, mas só as ações podem representar virtudes.

Sou mulher, segmento político ainda minoritário na política. Foi como mulher militante que conheci Marília Arraes há muito tempo, desde quando ingressamos juntas para o exercício dos nossos primeiros mandatos na Câmara do Recife. Guerreira, decente e corajosa, vejo nela, neste momento, o melhor desenlace para uma cidade afundada na desigualdade social como o Recife.

Por isso, resolvi, hoje, depois de muita reflexão e, sobretudo, atingida como mulher pela campanha violenta e agressiva do PSB, declarar de público meu apoio consciente ao projeto de Marília Arraes resgatar Recife.

Como primeira suplente, seria mais cômodo apoiar o candidato do PSB, ficando aberto para assumir o mandato. Mas com orgulho abro mão desse caminho mais fácil.

Prefiro cerrar fileiras para lutar por uma cidade verdadeiramente livre e independente, que possa proporcionar ao povo condições básicas para que possa viver próspero e feliz. Engajo-me de corpo e alma neste projeto de construir a história, a história de fazer Marília a primeira mulher prefeita do Recife.

Mais importante do que qualquer campanha política é a nossa consciência. Estou fortemente convencida de que Marília é a construção de um novo paradigma no Recife. Marília é a certeza de se descortinar a temporada de um Recife mais justo e menos desigual, além de nos libertarmos dos controles autoritários dos que se acham donos do poder.