Deputados querem cortar benefícios de juízes e procuradores

Rodrigo Maia testa positivo para Covid-19 - CartaCapital

O chamado alto escalão do funcionalismo público está na mira de deputados dispostos a ampliar o alcance da reforma administrativa, que prevê alterações na forma como os servidores públicos são contratados, promovidos e demitidos.

Mudanças como limitar as férias de todos os agentes públicos a 30 dias por ano, inclusive para juízes, além do fim de privilégios, como aposentadoria compulsória como punição para quem já está trabalhando, estão entre as emendas (sugestões de alterações do texto) que devem ser incluídas na tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Entregue depois de muita espera, o texto do governo foi considerado tímido por alguns parlamentares. Um dos motivos é que juízes, promotores, procuradores e desembargadores ficaram de fora do texto. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a apresentação dessas emendas abre caminho para incluir o Judiciário e o Ministério Público ao debate, mas que isso não tem que ser imposto. “Todos os Poderes estão com distorção e precisam se modernizar e é preciso construir um caminho”, afirmou ao Estadão/Broadcast.

Como os novos membros dos Poderes não serão atingidos, eles manterão benefícios que devem ser extintos para os futuros servidores, como as férias superiores a 30 dias, licença-prêmio (direito a três meses de licença para tratar de assuntos de interesse pessoal a cada cinco anos) e adicionais por tempo de serviço. Isso significa, por exemplo, que um juiz não poderá ser atingido, mas o servidor da área administrativa de um tribunal terá de obedecer às novas regras.