Vereadora do Recife, Aline Mariano, quer comissão para apurar vazamento de dados de criança vítima de estupro

Aline Mariano | Rádio Pajeú

Nesta segunda-feira (17), durante sessão remota da Câmara do Recife, a vereadora Aline Mariano (PP) defendeu a criação de uma comissão para apurar e punir os responsáveis pelo vazamento de informações sobre a criança capixaba de 10 anos que chegou ao Recife grávida de 22 semanas.

A menina, que foi estuprada pelo próprio tio, foi transferida do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, em Vitória, no Espírito Santo, para o Cisam, no Recife, após a unidade de saúde capixaba ter negado o pedido de realização de aborto, protegido por lei em casos de estupro. A ativista de extrema direita Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, publicou os dados da menina em suas redes sociais. As informações estava protegidas por segredo de Justiça. Após isso, manifestantes ditos religiosos e parlamentares foram ao local protestar contra a realização do procedimento médico.

“É um absurdo a exposição ao qual essa criança está sendo submetida. Além de ter sido estuprada pelo próprio tio e ter uma gravidez de risco, uma multidão vai para a frente do Cisam para fazer manifestações que não ajudam em nada. Não estão pensando na criança. Me solidarizo também com os profissionais de saúde que foram xingados e acuados. Querem fazer política com uma questão delicada para essa menina, para a família dela e tentaram desestabilizar a administração do Cisam. Vamos formalizar a criação de uma comissão para apurar e punir os responsáveis pelo vazamento das informações acerca desse caso.”

Sobre a polêmica envolvendo o aborto já autorizado pela justiça, a vereadora se diz favorável ao cumprimento da lei. “A gravidez foi interrompida com todo o profissionalismo reconhecido nacionalmente pelo Cisam e a garota está bem. A lei brasileira permite que um aborto seja realizado por meio do serviço público de saúde no caso de a gravidez ser resultado de um estupro, assim como em situação de risco para mãe ou de anencefalia. O hospital cumpriu a lei e não há o que discutir. Agora é cuidar dos danos psicológicos e físicos sofridos por essa criança e cobrar punição severa para o estuprador.”