Papa pede respeito aos indígenas e diz que ‘ideologias são uma arma perigosa’

Papa pede respeito aos indígenas e diz que 'ideologias são uma arma perigosa'

O papa Francisco deu início nesta segunda-feira (7) aos trabalhos do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, que durante três semanas discutirá temas ligados à maior floresta tropical do planeta.

A missa de abertura da assembleia foi realizada neste domingo (6), na Basílica de São Pedro, Vaticano, mas as discussões começaram apenas nesta segunda. Antes do início, o líder católico liderou uma procissão de sacerdotes, indígenas e outros fiéis da Basílica de São Pedro ao plenário do Sínodo, em um ato repleto de canoas, pagaias (um tipo de remo) e cartazes em defesa da Amazônia.

“Devemos nos aproximar dos povos amazônicos na ponta dos pés, respeitando sua história, sua cultura, seu estilo de bem viver”, disse o Papa na abertura da assembleia. O Pontífice também pediu “prudência nas informações” que serão passadas para fora, lembrando que haverá um serviço de briefing para a imprensa.

O evento deve discutir novas formas de evangelização dos povos amazônicos e a criação de uma “ecologia integral” que garanta a preservação da floresta, em linha com a “Louvado seja”, encíclica ambiental de Francisco.

“Um processo como o Sínodo pode ser um pouco afetado se cada um disser o que pensa ao sair da sala. Informações dadas com imprudência levam a equívocos”, acrescentou. Jorge Bergoglio ainda alertou que os padres e bispos não foram ao Vaticano para “inventar programas de desenvolvimento social ou de tutela das culturas como se elas fossem um museu”.

“Isso não respeitaria a realidade de um povo, que deve ser soberana”, declarou. Além disso, pediu respeito às roupas e aos costumes dos povos indígenas. “Fiquei triste com um comentário de brincadeira sobre um senhor que tinha plumas no chapéu. Qual é a diferença entre as plumas e os tricórnios que alguns oficiais usam em nossos dicastérios?”, questionou.