Pedido de impeachment ameaça derrubar prefeito de Camaragibe

Presidente da Câmara, Toninho Oliveira, rompeu com prefeito e é a favor de saída. Foto: Mandy Oliver / Esp. DP
O presidente da Câmara, ex-aliado do prefeito, agora é a favor de sua saída

A polêmica envolvendo o prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), deve ganhar novo capítulo. Na próxima terça-feira será lido na sessão plenária da Câmara Municipal, às 9h30, o pedido de impeachment do gestor da cidade. A iniciativa é dos vereadores de oposição. Para dar mais munição aos adversários do petebista, está circulando na prefeitura um manifesto de apoio para que os servidores e cargos comissionados assinem o documento isentando o prefeito de qualquer tipo de coação.

Num áudio vazado na semana passada, Meira exigiu que os auxiliares participassem de um bloco carnavalesco em que sua noiva e também secretária de Assistência Social, Taty Dantas, foi uma das atrações no último domingo. “Nós servidores públicos de Camaragibe, comissionados e efetivos, de livre e espontânea vontade, com o escopo de contrastar injustas acusações, manifestamos solidariedade ao prefeito, Demóstenes Meira…”, diz parte do texto.

Na semana passada, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ajuizou uma ação civil pública de improbidade administrativa na 1ª Vara Civil da Comarca de Camaragibe contra Demóstenes Meira, além de sua noiva e do secretário de Educação do município, Denivaldo Freire Bastos, que é presidente do bloco Canário Elétrico, onde Taty se apresentou. O MPPE também abriu procedimento para investigar a prática de intimidação aos comissionados por parte do prefeito.

Na mesma sessão da Câmara, da próxima terça-feira, será colocado em votação a Lei Orçamentaria Anual (LOA) para o exercício de 2019 e o Plano Plurianual (PPA). O orçamento do município deste ano é de cerca de R$ 334 milhões. O presidente da Câmara de Vereadores, Toninho Oliveira (PTB) – ex-aliado de Demóstenes e agora oposição ,- vem tentando sem sucesso aprovar o orçamento. O petebista afirma que tenta aprovar os dois projetos em segunda votação desde o início de janeiro, mas, por orientação do prefeito, a base governista, formada por nove dos 13 vereadores, vem fazendo manobras políticas não votar.