Ministério Público pede R$ 200 mil a rádio após piadas sobre assalto em Criciúma

MP pede R$ 200 mil a David Coimbra e a rádio Gaúcha - Reprodução

O Ministério Público do Rio Grande do Sul entrou com uma ação civil pública que cobra indenização de R$ 200 mil ao apresentador David Coimbra e a Rádio Gaúcha, pertencente ao Grupo RBS, cuja televisão é afiliada da Rede Globo. O pedido ocorre por comentários feitos no programa “Timeline” na manhã seguinte ao assalto a banco ocorrido em Criciúma, em Santa Catarina.

A apresentadora Kelly Mattos também falou sobre o roubo, mas o nome dela não consta na representação do MP. A dupla comparou a ação dos assaltantes do caso com a de outros que fazem roubos menores pelas ruas de cidades ao redor do país, apontando que eles foram mais “respeitosos” com seus reféns e apresentaram uma “lógica” para as suas ações.

Os comentários fizeram seis marcas cancelar o patrocínio ao programa: Unicred, Biscoitos Zezé, Santa Clara, Salton, Sebrae-RS e Shopping Total. Além dessas, outras cinco empresas pararam de anunciar nos veículos do grupo RBS: Bazka Pizzaria, Clínica Alfamen, Hospital Ernesto Dornelles, Sinoscar e Uniritter.

Na ação, a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Porto Alegre pede que a indenização seja revertida para o Fundo de Reparação dos Bens Lesados do Rio Grande do Sul ou para entidade pública ou privada do campo da segurança pública.

Em nota divulgada à imprensa, o promotor de Justiça Voltaire de Freitas Michel entende que os comentários tiveram a intenção e o propósito de “enaltecer a prática criminosa supostamente sem agressão aos cidadãos”. Além disso, Freitas entende que se queria “desmerecer a ação dos policiais militares que intervieram para impedir maiores dados à pessoa e ao patrimônio”.