Serra Talhada: Incêndio atinge parque de conservação de Caatinga

 (Foto: Reprodução Internet/CPRH)

Um incêndio de grande proporção atingiu o Parque Estadual Mata da Pimenteira, localizada no município de Serra Talhada. Uma equipe do Corpo de Bombeiros de Pernambuco e da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) foi designada para combater as chamas.

O parque é a primeira unidade de conservação de Pernambuco no bioma Caatinga. Até o momento, não há informações sobre as causas do incêndio. As chamas começaram a se alastrar ainda no final da manhã do último domingo (11). Até o início da tarde desta terça (13), o fogo ainda não havia sido contido.

“Estamos com o Corpo de Bombeiros de Pernambuco e com profissionais da CPRH nesta luta para extinguirmos o incêndio que, na tarde de ontem, parecia controlado. No entanto, os ventos da noite fizeram as chamas aumentarem e, hoje, o fogo se alastrou, saindo dos limites da unidade de conservação. O combate está sendo realizado, a partir de hoje, também por via aérea, com o apoio de uma aeronave para o lançamento de água”, explicou o diretor presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Djalma Paes. Até o momento, não há estimativa do tamanho da área afetada pelo incêndio, nem a causa e as consequência do mesmo.

A área onde está ocorrendo o incêndio é de difícil acesso, pois é montanhosa. Outros fatores de dificuldade são a baixa umidade do ar, a alta temperatura na região e a mudança da direção dos ventos. O analista ambiental da CPRH e gestor do Parque Estadual Mata da Pimenteira, Rodrigo Ferraz, está na operação desde o último domingo e comenta: “ A unidade de conservação possui quase 900 hectares de extensão, onde predomina a Caatinga. É uma área com muitas pedras, de vegetação fechada, o que dificulta o acesso. Mas, desde que fomos acionados, estamos juntos com o Corpo de Bombeiros e os voluntários, nesta missão”.

O tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Cristiano Correa, que comanda a operação de combate ao incêndio no Parque Estadual Mata da Pimenteira, explica: “Os incêndios em áreas florestais demoram a serem extintos porque não é só a queima aparente, a que se vê na superfície. Na profundidade, o fogo também existe. É como uma fogueira de São João, que você julga apagada, mas que, ao revolver as cinzas, percebe que ainda há brasas. Isto é o que acontece em um incêndio em uma área de campo, só que em proporções muito maiores”.

De acordo com o tenente coronel, do dia primeiro de agosto ao dia dez de outubro, o Corpo de Bombeiros atendeu mais de 250 chamados para contenção de incêndios em vegetação nativa na região do Sertão do Pajeú. “Apagamos incêndios também no Sertão do Araripe, do Moxotó, Central e do São Francisco, mas, as ocorrências no Sertão do Pajeú superaram os números das outras áreas. Este ano, já em outubro, contabilizamos um aumento de mais de trinta por cento dos incêndios ocorridos em relação ao ano de 2019, só na região do Pajeú”.

Para o comandante, a explicação é a de que, além dos ventos, da baixa umidade e da alta temperatura, o ano de 2020 foi de chuva abundante no Sertão, o que significa crescimento da Caatinga. “Parece contraditório: em anos de mais chuvas, mais focos de incêndio. Mas o crescimento da vegetação leva ao aumento da biomassa, que vira combustível. Pega fogo rapidamente. Como a chuva traz de volta a esperança na colheita, o sertanejo volta a plantar. E pequenos agricultores que fazem a limpeza de áreas, queimando a terra para plantarem, que é o sistema de coivara, também promovem o risco de incêndios”, comentou.