Sem jogos, Afogados dispensa elenco

Afogados da Ingazeira Futebol Clube – Wikipédia, a enciclopédia livreOs jogadores do Afogados, que em fevereiro surpreenderam o Brasil ao desclassificar o Atlético-MG na segunda fase da Copa do Brasil, foram pegos de surpresa com uma notícia ruim na quinta (30): estão todos dispensados.

Com o fim dos contratos de quase todos os atletas em maio, a diretoria decidiu não renovar com ninguém, pelo menos enquanto não houver definição quanto à volta do futebol. De acordo com diretor de futebol Márcio Gustavo, a questão financeira pesou na decisão.

“O Afogados está rigorosamente em dia, pagamos o último mês integralmente, mas com essa crise que assola o país perdemos algumas receitas e não podemos arcar com os salários. Vamos procurar os jogadores individualmente depois, quando soubermos o calendário, mas com uma readequação.

O lateral-direito Mateus Serra, com contrato até maio e o goleiro reserva Everton, até setembro, são exceções. Dono da camisa 1, Wallef, que defendeu dois pênaltis no jogo contra o Atlético-MG, se mostrou resignado com a decisão:

“Diante dessa pandemia não tem como negociar, não tem como pensar nada. A gente não sabe quando o futebol vai voltar. Só posso dizer que encerro meu vínculo com o Afogados e agora é esperar, para ver se fico lá ou sigo em outro clube”.

Antes da parada do futebol, o Afogados estava em sexto lugar no Campeonato Pernambucano faltando uma rodada para o fim da primeira fase (passam seis para a fase seguinte). Também estava na terceira fase da Copa do Brasil (perdeu o jogo de ida para a Ponte por 3 a 0, em Campinas), competição que rendeu ao clube sertanejo cerca de 2,3 milhões.

Todo esse dinheiro, porém, tem outro destino que não a folha de pagamento do futebol, como reforça Márcio Gustavo.

“O presidente não abre mão. Esse dinheiro será usado na construção de nosso Centro de Treinamento. Inclusive, nós recebemos um terreno com dois hectares e estamos em fase final de projeto arquitetônico”, conclui.