Três ministros do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) acumulam o salário com gratificações extras, os chamados jetons, recebidas de estatais e do sistema “S”, que recebe verbas públicas. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), recebeu ao menos R$ 105 mil desde agosto do ano passado. O ministro da Ciência & Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, ganhou pelo menos R$ 43 mil.
Como mostrou o UOL, o novo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, recebeu pelo menos R$ 189 mil em jetons, além de seu salário, enquanto assessorava o ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dados estão no Portal da Transparência.
Juntos, os três ministros do governo receberam R$ 337 mil em jetons, além dos salários a que têm direito, durante o primeiro ano do governo Bolsonaro.
Marinho recebeu os valores do Sesc, que obteve R$ 6 bilhões em recursos públicos desde o início do governo Bolsonaro até janeiro passado, de acordo com informações divulgadas pela Receita Federal. A entidade é ligada à Confederação Nacional do Comércio (CNC), de José Roberto Tadros, que preside o sistema “Fecomércio”.
Em alguns casos, os jetons fazem os rendimentos estourarem o limite salarial de R$ 39 mil por mês. Na próxima sexta-feira (14), o plenário virtual do Supremo Tribunal Federal julga a legalidade desses pagamentos que podem criar super-salários.
Os ministros Madetta e Pontes não se manifestaram sobre os valores recebidos. A assessoria do ministro da Saúde disse que a ele atende tecnicamente as atribuições do conselho e que o preenchimento da vaga está de acordo a regulamentação vigente.
O UOL pediu esclarecimentos ao Ministério da Economia sobre o caso de Marinho, ex-secretário da pasta, mas não houve manifestação.