‘OS não entra na PB enquanto eu for governador’, diz governador

João Azevêdo, João

O governador da Paraíba, João Azevêdo (sem partido), reafirmou na sexta-feira (24) que o Estado não terá mais organizações sociais para gerir setores administrados pelo governo estadual, como o da saúde. O governador que o antecedeu, Ricardo Coutinho (PSB), é investigado na Operação Calvário, que apura desvios de R$ 1 bilhão da saúde pública do Estado, com a utilização da organização social Cruz Vermelha no esquema de corrupção.

O governador diz que não teme o andamento da operação e defende o papel do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que está à frente junto com a Polícia Federal. João é alvo de uma apuração específica no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que investiga se ele teria dado continuidade aos supostos crimes praticados na gestão de Ricardo.

“Não tenho medo, nem preocupação. Tenho um foco muito grande na gestão. Cabe ao MP investigar e ao Executivo fazer gestão. Estou aqui para que não haja a crise que se vê em outros Estados”, disse.

João negou que tenha ocorrido alguma interferência de Ricardo no governo quando os dois eram aliados. O governador deixou o PSB em 3 de dezembro do ano passado, em meio aos escândalos da Operação Calvário, com a investigação de vários nomes importantes do governo.

“Desde o dia 1º de janeiro de 2019 que o governador sou eu. Decido e tomo as decisões com a equipe. Nada que tenha sido construído no estado pode ser resultado de alguém que se sinta proprietário. Fui eleito para fazer o certo”.

Fundação PB Saúde – João anunciou no dia 23 de dezembro do ano passado o fim de contratos com todas as organizações sociais responsáveis pela gestão de hospitais e unidades de saúde do estado. Ele informou que encaminhou para a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) o projeto de criação da Fundação PB Saúde, que assumirá a administração e operação das unidades. A expectativa do governo é que a fundação seja aprovada na ALPB após o recesso parlamentar e comece a funcionar em abril deste ano.

Antes mesmo de ser criada, a PB Saúde já virou alvo de polêmicas entre profissionais que questionam as condições de contrato impostas pela nova gestão. No Hospital de Trauma de João Pessoa, parte dos médicos paralisou as atividades e outra parte ameaçou greve, no fim do ano passado. Somente depois de um acordo, os profissionais mantiveram as atividades.

Na última quinta (23), representantes de sindicatos de categorias da área da Saúde se reuniram, em João Pessoa, com o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) Eduardo Varandas para tratar sobre questões referentes aos direitos dos servidores após o Estado cancelar contratos com OSs. A categoria também questiona a forma de contratação que será adotada pela PB Saúde.