Justiça de Pernambuco condena youtubers que invadiram presídio para fazer pegadinha

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O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) condenou três youtubers que invadiram o Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), no município de Abreu e Lima, para gravar uma pegadinha. Gerson Farias de Albuquerque, Mateus Kleber Santos de Oliveira e Wesllay Meireles Lopes Costa usavam fantasias dos personagens da série La Casa de Papel, exibida pela Netflix, quando acabaram detidos em 2018. Agora, quase um ano e nove meses depois, eles foram condenados pelos crimes de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública, desacato e corrupção de menores (um quarto integrante do grupo era um adolescente de 17 anos).

O juiz Luiz Carlos Vieira de Figueiredo determinou a pena de dois anos de prisão, seis meses de detenção e dez dias multa (um trigésimo do valor do salário mínimo). O magistrado decidiu ainda substituir a reclusão por penas restritivas de direito: os youtubers terão que prestar serviços à comunidade. As entidades beneficiadas serão definidas pela Vara de Execução de Penas Alternativas.

“Seguramente, haveria quem achasse engraçado se a ‘pegadinha’ dos acusados tivesse dado certo (se é que não deu certo, na visão deles e dos respectivos fãs). Certo é que a liberdade de expressão e o humor não são ilimitados. Aquele que ofender terceiros e causar danos poderá responder penal e civilmente por abusos que vier a cometer”, afirmou, na sentença, o juiz.

“Com ação de adentrarem na área de segurança do Cotel, atentaram contra a segurança da unidade prisional que se sabe superlotada e com reduzido quadro de agentes penitenciários. Por sorte não aconteceu um mal maior, como rebelião ou fugas. Por mais sorte ainda os acusados não foram alvejados por tiros: ora, não é difícil imaginar que algum agente, ao visualizar um grupo de pessoas vestidas com uniformes e máscaras de criminosos adentrando em uma área de segurança de estabelecimento prisional efetuasse disparo de arma de fogo. Restou comprovado que os acusados desacataram os agentes pois mesmo detidos, passaram a adotar a postura de brincadeira e de risadas durante o procedimento. Houve desacato pelo desrespeito e pelo deboche”, completou.

A defesa dos youtubers ainda pode recorrer da decisão judicial. Clique aqui e leia o que disse um dos youtubers sobre a condenação.