Governador da PB sobe ao ringue após remendo de Bolsonaro sobre Nordeste

"Não vou descer a esse nível", disse o governador João Azevêdo - Francisco França/Secom-PB

Discreto, com um perfil técnico e comedido em declarações públicas, o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), foi puxado para o meio do ringue presidencial após Jair Bolsonaro (PSL) tentar consertar a frase em que chamou todos os governadores do Nordeste de “paraíbas”.

Depois da reação negativa ao teor da conversa que vazou durante encontro com correspondentes internacionais há uma semana, Bolsonaro afirmou, no dia seguinte, que tinha feito uma crítica específica ao governador paraibano e ao do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), por viverem o “esculhambando e se apropriando de obras federais”.

“É uma atitude inaceitável para um presidente da República. Eu não desço a esse nível. Essa é a grande questão. Eu não desço a esse nível de disputa”, diz Azevêdo. O pessebista lembra que, na Paraíba, não há nenhuma obra federal iniciada neste ano. “Não há nem convênio. Zero. Todas as obras que estão aqui em andamento são dos governos anteriores”, afirma.

O governador, boa parte dos paraibanos e até a oposição local foram pegos de surpresa com o remendo do presidente. Ao contrário de seu padrinho, o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que acumula inimigos e é afeito a declarações fortes contra adversários, Azevêdo não é considerado um político de enfrentamento.